Proof of Work e Proof of Stake: quais as diferenças entre blockchains?

Você já ouviu falar em Proof of Work (PoW) e Proof of Stake (PoS)? Esses são dois mecanismos de consenso que garantem a segurança e a validade das transações em uma rede blockchain.

Mas você sabe quais são as diferenças entre eles e como funcionam? Neste post, vamos explicar os conceitos básicos de cada um e mostrar as vantagens e desvantagens de cada modelo.

O que é Proof of Work?

Proof of Work é o mecanismo de consenso mais antigo e mais usado nas blockchains. Ele foi implementado pela primeira vez no Bitcoin, e é usado até hoje por outras criptomoedas, como Litecoin e Monero.

O Proof of Work consiste em resolver um problema matemático complexo, que requer muito poder computacional para gerar um novo bloco de transações e adicioná-lo à cadeia. Esse problema é chamado de "puzzle" ou "desafio", e a solução é chamada de "prova" ou "hash". Quem resolve o puzzle primeiro ganha o direito de criar o bloco e recebe uma recompensa por isso (em forma de taxas de transação e novas moedas).

Os participantes que competem para resolver o puzzle são chamados de "mineradores", pois eles "mineram" novas moedas ao criar novos blocos. Os mineradores usam máquinas especializadas, chamadas de ASICs, que investem eletricidade para realizar as operações necessárias, transformando energia elétrica em energia monetária.

O Proof of Work tem como objetivo garantir que os blocos sejam criados de forma honesta e que a rede seja segura contra ataques maliciosos. Para alterar um bloco já existente na cadeia, seria necessário refazer todo o trabalho desde aquele ponto, o que exigiria mais de 50% do poder computacional da rede. Isso torna inviável qualquer tentativa de fraude ou censura.

O que é Proof of Stake?

Proof of Stake é um mecanismo de consenso alternativo ao Proof of Work, que busca ser mais sustentável, embora tenha a tendência de se tornar mais centralizado com o passar do tempo. Ele foi proposto pela primeira vez em 2011, mas só ganhou popularidade nos últimos anos, com projetos como Cardano, Solana e Ethereum 2.0.

O Proof of Stake não depende de poder computacional para gerar novos blocos, mas sim de participação na rede. Os participantes que querem criar blocos devem bloquear (fazer o stake) uma certa quantidade de criptomoedas em uma carteira especial, chamada de "validador".

Os validadores são selecionados por um algoritmo aleatório, que leva em conta vários fatores, como o tempo de stake, a reputação e a riqueza. O processo de seleção é chamado de "loteria" ou "sorteio". Uma vez escolhido, o validador deve verificar as transações do bloco proposto e assiná-lo digitalmente.

O Proof of Stake tem como objetivo garantir que os blocos sejam criados de forma justa e que a rede seja segura contra ataques maliciosos. Para alterar um bloco já existente na cadeia, seria necessário ter mais de 50% das moedas em staking na rede, o que seria muito caro e arriscado. Além disso, os validadores que tentarem agir de forma desonesta podem perder parte ou todo o seu stake como punição.

Quais são as diferenças entre Proof of Work e Proof of Stake?

As principais diferenças entre Proof of Work e Proof of Stake são:

• Eficiência: O Proof of Work consome mais energia elétrica e gera calor, entretanto é um grande aliado de fontes renováveis de energia, permitindo a viabilidade econômica da mineração de Bitcoin em locais mais afastados. Já o Proof of Stake é mais econômico, pois não requer máquinas potentes nem gasta muita eletricidade.
• Segurança: O Proof of Work é considerado mais seguro contra ataques externos, pois dificulta a entrada de invasores na rede. O Proof of Stake é considerado mais seguro contra ataques internos, pois desincentiva os validadores a agirem de forma maliciosa.
• Descentralização: O Proof of Work é considerado mais descentralizado, pois permite a participação de qualquer pessoa que tenha um computador e uma conexão à internet. O Proof of Stake é considerado mais centralizado, pois favorece os participantes que têm mais moedas e podem ter mais moedas em staking.
• Escalabilidade: O Proof of Work é considerado menos escalável, pois limita o número de transações que podem ser processadas por segundo e aumenta o tempo de confirmação dos blocos, levando a soluções de segunda camada como a Rede Lightning do Bitcoin. O Proof of Stake é considerado mais escalável na rede on-chain, pois permite um maior número de transações por segundo e reduz o tempo de confirmação dos blocos.

A saída é avaliar a seriedade de cada projeto:

Proof of Work e Proof of Stake são dois mecanismos de consenso que têm suas vantagens e desvantagens, e cada um deles atende a um projeto específico.

No caso do Bitcoin, que é escasso e está posicionado como uma reserva de valor digital, faz muito sentido converter energia elétrica em energia monetária para gerar valor real, como faz a própria mineração de ouro.

Já em outras redes como a Ethereum 2.0, Solana e Cardano que são projetos mais semelhantes à startups, faz mais sentido utilizar uma estrutura de validação mais enxuta e facilitada como o Proof of Stake.

O importante é entender como cada um funciona e quais são os seus objetivos pessoais de investimento.

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